Descrição
HISTORIAL DA SOCIEDADE FILARMÓNICA LUZITANA
As origens da Sociedade Filarmónica Luzitana (SFL) remontam ao século XIX, mais concretamente, a 25 de Agosto de 1840, resultando da extinção da “Banda Marcial do Batalhão de Voluntários de Estremoz da Rainha D. Maria II”. Em 1875, a SFL adotou definitivamente o nome de “Luzitana” e em 1885, aquando da visita da família real portuguesa à cidade de Évora, ganhou o 1° prémio num certame musical em que participaram todas as filarmónicas do distrito. A 4 de Janeiro de 1894, D. Carlos, Rei de Portugal, distinguiu a SFL com o galardão “Real”, passando a denominar-se “Sociedade Real Luzitana”, sendo D. Carlos designado Presidente Honorário da instituição.
No ano de 1910, aquando da implementação da República, a SFL atravessou um período de crise que quase conduziu à dissolução da Filarmónica. No entanto, com muita persistência e empenho por parte de alguns músicos, foi possível manter a atividade da Filarmónica. Dos anos que se seguiram, devido à instabilidade politica e social, não existem dados suficientes sobre a atividade da instituição, contudo, sabe-se que em 1915 a SFL abrilhantou as Festas do 5º Aniversário da República, em Casa Branca, já com a designação “Sociedade Filarmónica Luzitana de Estremoz”.
Em pleno Estado Novo, a 25 de Agosto de 1940, a SFL celebrou o seu 1º centenário, tendo sido descerrada uma placa comemorativa nas instalações que a instituição utiliza como sede desde 1840. Desde a sua fundação, que a sede da SFL é um edifício alugado, que se localiza na Rua da Cruz Vermelha, em Estremoz, sendo constituído por uma sala de lições de música, um gabinete da Direção, uma sala de festas, um bar e um salão para ensaios e bailes, os quais, à época, eram dos mais concorridos da região.
Nas últimas décadas do século XX, a SFL soube adaptar-se às alterações da sociedade portuguesa e às necessidades da população, tendo admitido, em 1981, as primeiras mulheres executantes, e mantendo a sua atividade de ensino e execução musical, assim como a organização de festividades, apresentando-se com regularidade em diversas localidades e festivais de bandas filarmónicas nacionais e internacionais. Para além disso, a filarmónica originou diversos grupos musicais locais, desde orquestras a grupos de jazz.
Em 1990, a SFL comemorou um século e meio de existência, tendo sido inaugurada a Sala Museu de Instrumento Musicais, da qual consta o espólio de instrumentos, troféus e prémios de participação da instituição, para além de ter sido descerrada uma placa comemorativa no exterior do edifício, com o reconhecimento de banda filarmónica mais antiga do país, em atividade contínua, por parte da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura Recreio e Desporto. Em 1993, no seguimento das comemorações do século e meio de existência, a Câmara Municipal de Estremoz atribuiu a Medalha de Mérito Municipal à SFL.
Em 2006, já no século XXI, através de uma iniciativa da Câmara Municipal de Estremoz, a SFL teve a oportunidade de gravar o seu 1º CD multimédia, do qual consta um conjunto de peças musicais que fazem parte da identidade da SFL, tais como, “Hino da Sociedade Filarmónica Luzitana”, “A Velhinha Luzitana”, “A Valentina”, “France”, “Por Falta de Apresentação”, assim como peças de compositores clássicos.
Atualmente, a SFL continua a prosseguir os objetivos segundo os quais foi fundada, promovendo a divulgação e o ensino da música, através de aulas de música, de atuações da banda filarmónica e da colaboração para a realização de eventos culturais e recreativos, contribuindo, dessa forma, para a valorização da cultura local. Desde 2003 regida pelo ilustre maestro Luís Manuel Carvalho Ferreira de Matos.